Numa iniciativa da Temas e Debates e do Círculo de Leitores, o livro “A Senhora de Maio – Todas as perguntas sobre Fátima”, da autoria dos jornalistas António Marujo e Rui Paulo da Cruz, é apresentado no Auditório do Centro Missionário Allamano, junto do Consolata Museu, em Fátima, na próxima quinta-feira, dia 16 de fevereiro, às 21 horas. A sessão é aberta a todos os interessados, sem necessidade de inscrição prévia.
A apresentação da obra, na presença dos co-autores, estará a cargo de Graça Poças Santos, professora do Instituto Politécnico de Leiria e autora do livro “Espiritualidade, Turismo e Território: estudo geográfico de Fátima”, e de Maria Inácia Rezola, que integrou a equipa da “Documentação Crítica de Fátima” e é autora do estudo “Sindicalismo Católico no Estado Novo”.
Descrita como “um livro revelador sobre Fátima, fenómeno que continua a despertar olhares muito divergentes – quer entre os peregrinos e católicos em geral, quer entre quem o observa ou estuda”, a publicação recolhe mais de vinte entrevistas, incluindo testemunhos contemporâneos dos acontecimentos de 1917, vários documentos e interpretações diversas.
Entre os entrevistados estão Alfredo Teixeira, António Matos Ferreira, Antonio Nitrola, Bento Domingues, Carlos Azevedo, Carlos Cabecinhas, Januário Torgal Ferreira, José Saraiva Martins, Luciano Cristino, Luciano Guerra, Luís Kondor, Maria Belo, Mário de Oliveira, Mihaly Szentmartoni, Moisés Espírito Santo, Paolo Molinari, Peter Knauer, Robert Schad, Salvador Cabral e Stefano de Fiores.
Fátima é fruto da imaginação de três crianças e da imposição do clero ou revela uma forte experiência espiritual? Reflete apenas o catolicismo popular daquele tempo ou celebra o essencial do cristianismo? Quais os contributos opostos da Primeira República e do Estado Novo na sua génese e consolidação? E a Rússia: como emerge numa remota aldeia portuguesa, em 1917, a ideia de a converter? Estas são algumas das muitas perguntas que os depoimentos e a investigação procuram responder.
Convidada a pronunciar-se sobre a publicação, a escritora Lídia Jorge formula os seguintes votos: “Oxalá este livro [...] possa abrir o capítulo de uma discussão que convém ser serena na forma, mas por certo não poderá evitar a contradição, o debate e o confronto aberto das ideias em face da crença. Debate que sempre ultrapassa os níveis da razão e da ciência – mas não as ignora –, esse patamar de confronto delicado tão difícil de alcançar em Portugal”.
A primeira sessão de apresentação do livro teve lugar no Jardim de Inverno do Teatro São Luís, em Lisboa, a 8 de fevereiro.
10 de fevereiro