O jardim do topo Norte da Basílica, Palácio e Convento de Mafra recebe desde 19 de Novembro uma escultura alusiva ao tricentenário da colocação da primeira pedra do edifício.
O trabalho escultórico é da autoria de Maria João Bahia, conhecida internacionalmente pelos seus trabalhos em joalharia, com incursões em outras vertentes artísticas, mas que acolheu o “desafio maravilhoso” lançado pela Câmara Municipal de Mafra de pela primeira vez criar uma instalação de grandes dimensões em espaço público.
“Posso afirmar que não foi difícil encontrar símbolos e imagens inspiradoras. A proposta que apresento é uma reinterpretação dos carrilhões em forma de rosácea, onde o passado, o presente e o futuro se fundem”, explica Maria João Bahia.
A escultura tem 1,50 m de altura. É circular, em aço corten, e está assente num bloco de lioz, com 2,00 m de altura.
No mesmo conceito da escultura, descerrada a 19 de Novembro no final da sessão solene realizada no Claustro Sul do Palácio, a autora criou outras peças. O trabalho materializou-se em peças institucionais, nomeadamente numa salva em prata, e num conjunto de artigos em prata para uso individual, designadamente, fios, pulseiras, brincos, pins, botões de punho, entre outros objectos. Estes artigos encontram-se à venda nas lojas dos postos de Turismo de Mafra, na loja do Palácio de Mafra e na loja Maria João Bahia, localizada no número 102 da Avenida da Liberdade, em Lisboa.
“A arte não tem fronteiras”, refere Maria João Bahia para sublinhar que, “através das diversas formas de expressão, a arte pode tornar-se universal, quer pelo pensamento, quer pela obra”.
Nas palavras do presidente da Câmara Municipal de Mafra, Hélder Sousa Silva, as peças de escultura e de joalharia de Maria João Bahia “são um oportuno contributo para celebrar e perpetuar o património que é de todos”, para “registar e eternizar esta data histórica, que marca gerações”.
Na apresentação das obras, Simonetta Luz Afonso, museóloga, gestora cultural e antiga diretora-geral do Instituto Português de Museus, referiu que a escultura “evoca numa linguagem contemporânea e com técnicas e materiais do século XXI, as formas, o brilho, a luz, a transparência e a elegância do Barroco Joanino de que Mafra é obra de referência”.
Para Simonetta Luz Afonso a vila de Mafra conta agora “com mais um motivo de visita, a instalação-escultura de arte pública comemorativa do Tricentenário do Real Convento”.
As comemorações do Tricentenário do lançamento da primeira pedra do Palácio, Basílica e Convento de Mafra são uma iniciativa de diversas entidades com responsabilidades na gestão deste conjunto patrimonial, nomeadamente a Direção Geral do Património Cultural/Palácio Nacional de Mafra, a Câmara Municipal de Mafra, a Escola das Armas - Exército, a Paróquia de Mafra e a Tapada Nacional de Mafra.
Maria João Bahia é uma das criadoras de joias mais conhecidas internacionalmente, com prémios, exposições e encomendas um pouco por todo o Mundo, para algumas das mais prestigiadas instituições nacionais e internacionais. As suas criações não se limitam às peças onde os metais e as pedras preciosas são o ponto de partida para uma joia única em que arte e luxo se aliam de forma perfeita. Outros objetos e outros materiais têm merecido a atenção da artista, como o cristal, matéria-prima que usou na criação de joias e numa linha exclusiva de copos e garrafas, ou as peles, às quais alia à prata para conceber carteiras de senhora e sacos de viagem.
19 de Novembro de 2016