A empresa FarPortugal - Indústria de Artigos Religiosos, sediada em Sobral, no concelho de Ourém, esteve em festa este sábado, 29 de maio, com a comemoração dos seus 50 anos, a coincidir precisamente com o dia do registo da empresa, em 1971. A celebração fez-se em família, com a família proprietária da FarPortugal e a família FarPortugal, da qual fazem parte os 29 funcionários e respetivas famílias.
A tarde começou com uma caminhada pela Via-Sacra, a partir da Rotunda Sul, na Cova da Iria, até ao Calvário Húngaro, e dali até ao Santuário, onde a matriarca da família deixou um ramo de flores a Nossa Senhora, detrás da Capelinha das Aparições. Mais tarde, no momento de convívio realizado no kartódromo e parque aventura Funpark, em Boleiros, a dona Nazaré Sebastião, com 89 anos de idade, explicou o gesto e o motivo da ida ao Santuário: “Já pensava que não voltaria à Capelinha das Aparições, estou muito contente. Fui lá agradecer a Nossa Senhora por ela nos ter ajudado tanto e ainda nos continuar a ajudar e também rezei pelo meu marido”.
Uma figura lembrada por todos durante a jornada de festa foi a de Valentim Fernandes Henriques, marido da dona Nazaré, falecido em 2016, o fundador da FarPortugal, empresa que é atualmente propriedade de cinco dos seus seis filhos. “O nosso pai e a nossa mãe trabalharam muito, passaram dificuldades que nós não passámos, eram outros tempos. Eles deram-nos a FarPortugal de mão beijada, o que é uma grande responsabilidade, temos de continuar o projeto com dedicação, trabalho e seriedade”, explicam Telma Henriques e Hélio Henriques, a filha mais nova e o filho mais velho do fundador, administradores da empresa. As outras irmãs proprietárias, Graça, Adélia e Idalina têm a seu cargo outras responsabilidades na área da produção.
Do Sobral para o Mundo
“80% daquilo que fabricamos está relacionado com a devoção a Nossa Senhora de Fátima: imagens, terços e outros artigos, como quadros, loiça e vidro. O restante responde a pedidos que nos chegam, que pedem produção de artigos de outras invocações religiosas”, conta Hélio Henriques. Telma Henriques acrescenta que dessa produção também cerca 80% das vendas representa exportações, “para praticamente todo o mundo, a quem vendemos a partir daqui. Depois, em algumas cidades, como Lourdes e Roma; em algumas ilhas francesas; nos Estados Unidos, junto de algumas comunidades portuguesas, temos representantes locais; a juntar aos nossos vendedores em Fátima, nas ilhas da Madeira e das Açores e para as restantes cidades de Portugal”.
Hélio Henriques recorda-se bem do momento em que o impulso à internacionalização foi fortalecido: “Foi com a nossa participação, em 1999, na feira de artigos religiosos em Paris. Eu e o meu cunhado Daniel levámos os nossos melhores artigos numa carrinha, as minhas irmãs, a minha mãe e o meu pai foram de avião; correu tudo muito bem. Havia sempre gente no nosso stand, a querer conhecer-nos e aos nossos produtos, trouxemos de lá muitos contactos que ainda se mantém e que originaram outros contactos”. A partir desse momento a FarPortugal assumiu a participação nestas feiras especializadas como investimento promocional. “Não há muitos certames dedicados ao artigo religioso e, com chegada da Covid-19, não houve mesmo nenhum, mas, assim que retomem, queremos voltar a participar”, refere o empresário.
Gratidão de parte a parte
Sobressai dos funcionários – a mais antiga na casa, a Mirica, integra os quadros da empresa há 34 anos – o orgulho e a alegria por fazerem parte do projeto empresarial. Aliás, durante o momento de convívio do cinquentenário da empresa, foram partilhados vários testemunhos de gratidão quando a administração chamou, um a um, todos os funcionários para receber uma lembrança de agradecimento por toda a dedicação à empresa. Em sinal de gratidão, a família proprietária também recebeu um presente dos seus colaboradores: uma placa alusiva ao aniversário, com uma foto do fundador e outra dos atuais proprietários com a mãe e com o nome das funcionárias que fazia a oferta. A dona Nazaré recebeu um ramo de flores.
O tempo difícil passado no contexto de pandemia, com a maioria dos funcionários em casa, fortaleceu a ligação entre o grupo coordenador e os colaboradores. “Foi difícil, não tivemos produção, nem vendas, fechámos dois meses, apenas o escritório esteve a trabalhar, não entrámos em lay offf, mas assumimos as nossas responsabilidades enquanto empregadores. Não foi fácil e eles sabem disso, mas foi assim que decidimos fazer e não estamos arrependidos. Os nossos colaboradores precisam de nós, mas nós também precisamos muito deles”, diz Telma Henriques.